domingo, 18 de outubro de 2009

53º Torneio Memorial Júlio Guerra

Amigos,

segue um breve resumo de minha participação no 53º Torneio de Xadrez Memorial Júlio Guerra, realizado na "Casa Amarela", em Santo Amaro, São Paulo.

Não sei como é a preparação de outros participantes, mas a minha tem que incluir uma boa disposição física e mental. Para tanto, boas noites de sono, especialmente na véspera de eventos, é algo fundamental. Da mesma forma, para que não se perca a concentração para os jogos, deve-se chegar com uma certa antecedência ao local. A logística é algo a ser considerado: quanto tempo se leva pra chegar, considerando a distância, os melhores caminhos e o tráfego.

Meu amigo de aulas e torneios de xadrez, meu filho João Marcos, que tem evoluído bastante, estava indisposto e preferiu ficar em casa.

Quando cheguei na "Casa Amarela", já passava das 13h45, horário de encerramento das inscrições. Mestre Simanis Imantis Novickis, meu professor de xadrez das aulas de quarta-feira à noite, na Galeria de Xadrez Borba Gato, estava auxiliando a coordenação, anotando as inscrições avulsas, e me disse que o prazo para a participação na primeira rodada já se encerrara. O WO na primeira rodada ainda valeria 1/2 ponto. Porém, logo em seguida, Sérgio Melo, coordenador e árbitro, chegou avisando que quem se inscrevera antecipadamente pela Internet, já estava emparceirado. Era somente subir para primeiro andar e se posicionar. Foi quando percebi que havia esquecido de trazer meu conjunto de peças. Não posso atribuir qualquer insucesso somente a isso, mas devo admitir que o fato me desconcentrou um pouco. Como se pode esquecer um item essencial como esse? A cada rodada tinha que depender do meu oponente ou da boa vontade de outros enxadristas.

Mesa 7 - Marcelo Reigado x Luan Ribeiro

Logo no início tive que advertir meu oponente de que não se pode arrumar as peças fora de seu tempo ("Desde que antes manifeste sua intenção (por exemplo, dizendo 'eu arrumo', 'j'adoube' ou 'I adjust'), o jogador que tem a vez de jogar pode arrumar uma ou mais peças em suas casas" - art. 4.2 das Leis do Xadrez). Apesar de ter concordado, não demorou muito e ele fez de novo. Nesse momento, ou melhor até da primeira vez, eu já deveria ter chamado o árbitro - pelo menos valeria uma repreensão. Posteriormente, refletindo depois entendi até como atitude provocadora, dentro de seu tempo, arrumou várias de suas peças, sem ter pedido qualquer licença. Escrevam aí: não acontecerá mais com nenhum oponente meu.

No jogo acabei perdendo e gostaria de listar aqui alguns motivos para meu insucesso, além da maior experiência e conhecimento do meu adversário:
- falta de paciência para investir no desenvolvimento de minhas peças;
- toquei inadvertidamente no cavalo e tive que movê-lo, mas certamente não era a melhor jogada no momento. Perdi um movimento;
- permiti o avanço de um de seus cavalos e acabei levando um duplo de rei e torre, perdendo esta última;
- desatento ao posicionamento da dama, permiti que ela ficasse em linha, diagonal, com o rei, e levei uma pregadura, perdendo minha maior peça.

Resultado: 0 -1
Lições: investir mais no desenvolvimento; não tocar nas peças a não ser quando tiver certeza de que é a melhor a ser movida; praticar a profilaxia; e ficar atento aos movimentos táticos do adversário, especialmente em relação às peças maiores, torres e dama.

Mesa 15 - Bruna Fernanda Venâncio x Marcelo Reigado

Jogadora muito forte, ao menos em relação a mim, jogou com muita tranquilidade. O xeque-mate foi rápido e resultado de uma desatenção minha. Tinha feito o roque pequeno com a pretas. Seu cavalo estava em a4, quando ela tomou o peão à frente de meu rei, em b2. Concluí que falto desenvolvimento às minhas peças e que poderia ter tido menos afobamento.

Resultado: 0 - 1
Lição: ter atenção a cada movimento do adversário, tentando verificar qual a intenção por trás de suas ações.

Mesa 21 - Marcelo Reigado x Daniel Larrubia

Meu adversário fez aberturas equivocadas (Ch6 e a6) e permitiu meu lento avanço. De qualquer forma, deu bastante trabalho para vencer seu bloqueio. Somente consegui o mate nos minutos finais.

Resultado 1-0 (1 ponto!)

Mesa 18 - Lucas Aparecido Oliveira Santos x Marcelo Reigado

Consegui logo no início quebrar o roque do meu oponente e a ala de seu rei estava um tanto quanto desprotegida. Entretanto, mais uma vez faltou-me tranquilidade para melhor desenvolver as peças e fazer boas combinações. Uma curiosidade é que chamei o árbitro quando meu adversário fez um movimento ilegal: moveu outra peça, quando seu rei estava sob xeque. Ele foi punido com o acréscimo de dois minutos no tempo. Entretanto, estava em maior vantagem no jogo que eu. Isso nem sequer o abalou. Quando cometi um movimento ilegal, ele também chamou o árbitro e levei a mesma punição.

No final quase consegui coroar um peão, mas me equivoquei no lance crítico. Estava apurado no tempo.

Resultado: 1 - 0
Lição: ter maior frieza e investir mais tempo nos lances críticos.

Mesa 15 - Marcelo Reigado x Adilson Oliveira

Jogo equilibrado do início ao fim. No final, forcei a troca da minha última peça, a torre. Não foi uma boa, pois o oponente tinha quatro peões contra um meu. Um num lado e três em outro. Não seu para segurar.

Resultado: 0 -1
Lição: segurar a torre me permitiria ao menos um empate. Nunca mais farei uma dessas.

Mesa 18 - Danilo Enrique Vallejos x Marcelo Reigado

O filho do boliviano José Adolfo Vallejos ofereceu-me muita resistência. Consegui desenvolver minhas peças. No final estava com mais qualidade, porém perdi no tempo.

Resultado: 1 - 0
Lição: dosar mais o tempo, investindo mais tempo nos momentos críticos e fazendo rapidamente as jogadas mais fáceis.

Bom, ficando por aqui, se Deus quiser, eu e o João Marcos estaremos semana que vem num torneio no Sesc São Caetano.

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